Veganismo é um movimento que tem como principio ético o respeito aos animais e ao meio ambiente. Diferente dos vegetarianos, os veganos não consomem/utilizam nada de origem animal (leites, queijo, manteiga, ovos, mel, couro ou qualquer produto que seja testado em animais). Para muitos carnistas (termo utilizado dentro do veganismo para onívoros que comem carne) essa estilo de vida é julgado como radical ou desnecessário, por acreditarem que não há nenhum mal em tirar o leite da vaca, "Não está matando".
Na cabeça de muitas pessoas existe a falsa ilusão que a produção de laticínios é feita de forma saudável, natural e feliz: em uma fazendinha com animais bem tratados, um lindo pasto verde no qual fazendeiros coletam o leite da vaca e fazem deliciosos queijos e a vaquinha vive por vários anos com seus filhotinhos, produzindo leite e sendo produtiva para a fazenda e gerando alimento para nossa sociedade. Já para outros, o leite vem da caixinha.
Como todos os animais mamíferos, as vacas produzem leite quando engravidam para alimentarem seus filhotes (da mesma forma quando uma mulher engravida e o leite dela é exclusivamente para a nutrição do bebê). Consequentemente pela alta demanda por leite de nossa sociedade, não da tempo das vacas cruzarem com os bois, por isso, a industria de laticínio as inseminam com 12 meses de idade e repetem esse processo muitas e muitas vezes para dar conta dessa demanda.
Inicialmente eles masturbam o boi com a mão ou com um ejaculador elétrico aonde o sêmen é recolhido e introduzido na vagina da vaca com um longo tubo, como podemos visualizar abaixo.

Após eles enfiarem a mão dentro do anus da vaca para a dilatação, ela passa seu período de gestação confinada até o filhote nascer.
O vinculo entre a vaca e o bezerro é muito forte e afetuoso (como o afeto de uma mãe humana por seu bebê) e assim que o bebe é retirado ela chora por dias. (SIM! Vacas tem sentimentos)
❝Em bovinocultura de corte, em que o bezerro permanece com a mãe até a desmama aos seis a oito meses, é claro intuir-se a maior importância das relações materno-filiais logo após o nascimento e, também, toda a habilidade materna da fêmea. No entanto, em bovinocultura de leite pouco tem sido estudado sobre este assunto, uma vez que o filhote é separado da mãe logo após o parto.Reunindo-se dados em literatura especializada, percebe-se que em bovinocultura leiteira os estudos restringem-se quase que totalmente às relações materno-filiais logo após o nascimento ou apenas nas primeiras 24 horas, considerando-se primordial somente a mamada do colostro até seis horas após o parto, para que o nível adequado de imunoglobulinas no sangue seja atingido. Neste sentido, alguns trabalhos demonstram que as concentrações séricas de imunoglobulinas são superiores naqueles bezerros que ingerem o colostro de suas próprias mães, ao invés de consumi-lo em baldes. {fonte}❞
Essa é a vida que uma vaca leva na industria leiteira. Processo que se repete muitas e muitas vezes e que gera o envelhecimento precoce, exaustão, inflamação e infecção do úbere.
Pus e sangue são alguns dos ingredientes presentes no leite (devido a inflamação do úbere, como você pode visualizar na imagem ao lado). Esse leite geralmente é coado e dependendo do pais existe uma quantidade minima permitida de células somáticas por litro. No Brasil, atualmente, é determinado por lei o máximo de 750 mil mililitro. Há alguns anos atrás já chegou a 1 milhão de células somáticas por mililitro.
❝Para Souza, o cumprimento das exigências no prazo estabelecido pelo governo federal ainda é o desafio para a pecuária nos anos recentes, vem aumentando a demanda pelos consumidores por produtos lácteos de alta qualidade. Essa demanda é sentida pela indústria que, por sua vez, necessita de matéria prima (leite cru) de qualidade. Tal demanda, juntamente com a pressão do mercado internacional por alimentos com reconhecida qualidade e segurança do ponto-de-vista da saúde pública, são os principais fatores que direcionam o uso disseminado da contagem de células somáticas (CCS) no leite. Atualmente, todos os países que possuem uma indústria leiteira desenvolvida usam a CCS como medida da qualidade do leite. A CCS no leite é um sinal de inflamação da glândula mamária da vaca e a maior parte dos pesquisadores e especialistas concordam que a causa primária dessa inflamação são as infecções causadas por bactérias. {Fonte}❞
"No Brasil, cerca de 50% dos rebanhos de gado de leite registram mais de 400 mil células somáticas por mililitro no leite, ou seja, volume acima do permitido na IN 62. Os produtores têm somente até 2016 para conseguir diminuir isso. O Reino Unido, por exemplo, demorou 22 anos para diminuir o índice de mastite no rebanho", frisou o especialista da Embrapa. {fonte}
Quando a vaca fica fisicamente e emocionalmente impossibilitada de produzir leite ela finalmente é abatida. Digo finalmente, pois uma vaca criada para virar carne vive de 20 a 25 anos. Já as vacas leiteiras vivem de 4 a 5 anos, sofrendo maus tratos até o fim da vida.
Quanto a ingestão de leite como fonte de
cálcio, prevenção à osteoporose e a super importância de leite na alimentação
diária, não passa de uma ideia totalmente vendida. Não sou especialista em
nutrição mas o que me leva acreditar que o leite de um outro animal não é
necessário é analisando o comportamento de outros mamíferos que se alimentam exclusivamente
do leite materno e após a vida adulta não voltam a consumi-lo (nem o dele
próprio e nem o de outro animal).
Não estou negando que o leite da vaca
contém muitos nutrientes, apenas afirmando que NÃO é um alimento que PRECISAMOS
consumir, visto que o leite materno tem todos os nutrientes que nós, seres
humanos, precisamos adquirir para nossa formação quando bebês, e o leite da
vaca todos os nutrientes que filhote da vaca precisa.
Quando digo que leite é uma ideia vendida,
afirmo que esse sensacionalismo por trás de "Você precisa de leite"
serve só para alimentar o lucro de grandes empresas, e faz você acredita que
essa é a única fonte efetiva de obtenção de cálcio. Milhares de vacas são
cruelmente exploradas, a alta demanda na produção só torna o leite menos
nutritivo com a adição de conservantes e o número de intolerantes a lactose
cresce a cada ano, devido ao super consumo de lactose não só através do consumo
do leite de caixinha e de derivados, como também em alimentos que você nem
imagina que está presente.
O mais importante para conseguir desapegar
desse hábito é se tornando empático com todas as espécies, e entender que
a forma que nossa sociedade vem se organizando é voltada para a produção em
larga escala. A cada dia a sociedade vem crescendo mais e mais e essa população
precisa de alimento. Se não revermos nossos hábitos e não nos conscientizarmos
de que o que era necessário a 100 anos atrás está destruindo
nosso planeta; e que evoluímos a ponto de dominamos a pecuária e agricultura (não precisamos caçar, não precisamos de carne) e temos diversos
alimentos que substituem os nutrientes do leite como da carne .
O
problema não está em quem não concorda com a exploração de animais, e sim em
sustentar uma falsa concepção de vida saudável que é cruel com outras espécies
e com nosso planeta.
Atualmente no Brasil existem mais vacas que pessoas, e os gastos de recursos hídricos,
energéticos e alimentícios que são destinados na criação desses animais,
poderiam ser investidos para alimentação de nossas populações reduzindo a fome, desmatamento e pondo um fim nessa industrial cruel.
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